17/04/07
Com 59% das urnas da consulta popular apuradas nesta segunda-feira, 16, no Equador, 82% dos eleitores apoiaram a proposta do presidente Rafael Correa de convocar uma Assembléia Constituinte para reescrever a Constituição e criar as bases de mais uma república socialista na América do Sul.
A vitória inconstestável do "sim" dará ao presidente Rafael Correa, partidário da Teologia da Libertação e aliado declarado de Hugo Chávez e do Bolivarianismo, a vantagem estratégica na eleição de setembro, que escolherá os 130 membros da assembléia constituinte.
Vale ressaltar que o verdadeito ganhador da consulta popular não foi Rafael Correa, mas sim o intenso grau de mobilização popular que pressionou a institucionalidade equatoriana durante todo esse processo.
A assembléia constituinte equatoriana segue o modelo tático da esquerda institucional refundadora, que surgiu na América Latina após a ascensão de Hugo Chávez. Na Bolívia, o governo de Evo Morales também convocou sua assembléia constituinte logo após ser eleito. Porém, o campo político de Morales não teve uma hegemonia tão grande na Assembléia Constituinte quanto Chávez teve na Venezuela ou Rafael Correa parece ter no Equador.
Um diferencial no processo Equatoriano é o posicionamento dos movimentos sociais, principalmente os indígenas, frente ao processo político atual. Após terem sido traídos pelo ex-presidente Lúcio Gutierrez os movimentos sociais daquele país mantém uma postura de autonomia em relação ao governo de Correa. Porém, mesmo não tendo uma postura tão chapa branca quanto tiveram durante o governo de Lúcio Gutierrez, esses movimentos ainda correm o risco de serem uma "oposição morna dentro do sistema", com uma pata fora e outra pata dentro do governo, como é o caso do MST brasileiro e da UNT venezuelana.
Compartilho da visão do professor J quando ele diz que a alternativa popular ideal seria que os movimentos equatorianos seguissem o modelo da coordenadoria da água de Cochabamba, Bolívia. Esssa coordenadoria, junto a outras organizações, canaliza esforços pra construção da autonomia nas localidades sem atacar desnecessariamente o governo de Evo, mas também sem cair na subordinação como faz o MST brasileiro e a UNT venezuelana.
André Takahashi – taka@riseup.net
links:
análise do professor J
Os links estão todos quebrados.
Queria conversr com você sobre esta nova postura do mst, percebeste que eles tem atacado o Lula?