Os frutos do Plano Colômbia

Os
frutos do Plano Colômbia

2008-03-14

Raúl
Zibechi*

O
operativo militar executado por militares colombianos em solo
equatoriano para matar o dirigente das FARC Raul Reyes, é
parte da estratégia dos EUA para alterar o equilíbrio
militar da região. Na mira está o petróleo da
Venezuela e do Equador, porém também está em
xeque o Brasil como potência regional emergente.

Nas
declarações, o objetivo são as FARC (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia), ou seja o
narcoterrorismo. Porém, na realidade o operativo militar
colombo-estadunidense que vulnerabilizou a soberania do Equador
aponta diretamente para Hugo Chávez. Estamos vivendo o que
podería ser a primeira fase de uma vasta ofensiva para
desestabilizar o processo bolivariano e modificar a relação
de forças na América do Sul.

A
estratégia foi sendo implementada por etapas. Primeiro foi o
Plano Colômbia para fortalecer a capacidade militar do Estado
colombiano e coloca-lo entre os mais poderosos do continente. Depois,
começou o “derrame” da guerra interna colombiana sobre os
países vizinhos. A terceira etapa parece ser a “guerra
preventiva”, que se converteu em uma destacada estratégia
militar do Pentágono logo depois dos atentados terroristas de
11 de setembro de 2001.

É
a primeira vez em muito tempo que Washington toma a ofensiva na
região e é capaz de colocar uma porção
importante dos países latino-americanos atrás da sua
estratégia. É também uma ostentação
de força no momento que o governo de Hugo Chávez
atravessa sérias dificuldades internas e não consegue
apoios paraa sua estratégia de responder tensão com
mais tensão.

Em
primeiro lugar o que chama a atenção é a falta
de pudores dos atores. As FARC se apresentam como uma organização
revolucionária e popular porém, na realidade, são
um grupo armado que viola os direitos humanos, recruta menores à
força, abusa das mulheres e dos reféns que mantém
em seu poder e se financia graças ao narcotráfico.
Muitos países a consideram terrorista.

Por outro
lado, o presidente Álvaro Uribe Vélez integrou o
narcotráfico e foi aliado dos paramilitares, como está
registrado no Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos
revelado pela revista Newsweek em 2004. Ali, aparece que Uribe fazia
parte, no início dos anos 90, do Cartel de Medelin, comandado
pelo narcotraficante Pablo Escobar, de quem era amigo íntimo
[1]. Esse é o tipo de pessoa que George W. Bush definiu
em 4 de março deste ano como “nosso aliado democrático”.
Uribe se converteu no principal operador das políticas da casa
branca na região.

 

Novo
equilíbrio regional de forças

Super-Tucano Em 2004
uma revista militar brasileira (Military Power Review) elaborou um
ranking das forças armadas sul-americanas incluindo todas as
variáveis: desde a quantidade de efetivos e a qualidade do
equipamento até os planos de defesa e a projeção
estratégica. A análise estabeleceu uma pontuação
a cada nação de acordo com seu poderio militar. Em
primeiro lugar aparecia o Brasil com 653 pontos; em uma segunda
colocação aparecia o Perú com 423 pontos,
Argentina com 419 e Chile com 387. Logo vinha outro grupo em que
estava a Colômbia com 314, depois a Venezuela com 282 e o
Equador com 254 pontos [2]. Naquele momento, há apenas
4 anos, a diferença a favor das forças armadas do
Brasil era considerável, enquanto era seguido por dois grupos
de países relativamente emparelhados entre si.

Em 2007 a
mesma revista difundiu dados sobre a quantidade de efetivos das
diferentes forças armadas em cada país com cifras do
ano anterior. Os dados dos exércitos permitem concluir que a
Colômbia (178.000 soldados) se situou em segundo lugar no
continente muito próxima do Brasil (190.000 soldados). Em
poucos anos, o poderio militar desse país escalou posições
em forma geométrica. Nesse mesmo ano o exército da
França tinha 137.000 efetivos e o de Israel 125.000. Para 2008
já são 210.000 os efetivos terrestres da Colômbia,
superando dessa forma o Brasil que tem uma população 4
vezes maior e 7 vezes a superfície colombiana. O gasto militar
da Colômbia é o maior do continente: 6,5% do PIB, muito
acima do gasto dos EUA (4%), dos países da OTAN (2%) e do
resto da América do Sul (1,5 a 2%).

Se
observarmos a progressão das forças armadas da
Colômbia, seu crescimento é assombroso. Em 1948, quando
aconteceu o assassinato de Jorge Eliécer Gaitán que deu
início à “La Violência”, haviam 10.000
militares. Em 1974 já eram 50.675 para
subir até 85.900 em 1984, no período que começaram
as negociações de paz para a desmobilização
de várias organizações armadas. Para 1994 havia
120.000 efetivos que se elevaram a 160.000 nas primeiras fases do
Plano Colômbia. Neste momento, as três armas das formas
armadas colombianas têm 270.000 uniformizados aos quais se
somam 142.000 policiais. No total, mais de 400.000 pessoas em armas
em sete divisões, com uma Força de Deslocamento Rápido
e uma agrupação de Forças Especiais
Anti-terroristas
[3].

Só em 2007 o exército criou 52 novas unidades. Recebeu
doações de helicópteros Black Hawk dos Estados
Unidos, comprou 13 aviões de caça de Israel e 25 aviões
de combate Super Tucano do Brasil em 2006. As forças armadas
da Colômbia são muito superiores às de seus
vizinhos. A relação de efetivos é de seis pra um
com a Venezuela e de onze a um com o Equador. Porém, a
principal diferença é que se trata de tropas treinadas
em combate de selva e que contam com respaldo logístico de
Washington [4].

Em pouquíssimos anos, se produziu na América do Sul uma
virada espetacular do poderio militar. É resultado do Plano
Colômbia. Com a desculpa de combate às FARC e ao
Narcotráfico, desde agosto de 2000, quando o Congresso dos EUA
aprovou o Plano Colômbia, este país recebeu U$ 5,225
bilhões de ajuda militar. A isso se soma a aplicação
do governo de Uribe de impostos especiais aos setores de maior
rendimento econômico para equipar as forças armadas.
Helicópteros de transporte e ataque, armamento leve, óculos
infra-vermelhos, proteção de oleodutos, lanchas
rápidas, aviões turbohélice de ataque à
terra, aviões de inteligência, controle e radares para
seguir vôos ilegais, são as principais aquisições
[5].

 

 

Envolver os vizinhos

Em 2003, o sociólogo James Petras apontava que a verdadeira
preocupaçao do Comando Sul dos Estados Unidos, quem realmente
desenha a política regional, é que “os países
vizinhos da Colômbia (Equador, Venezuela, Brasil e Panamá),
que estão sofrendo os mesmos efeitos adversos das políticas
neoliberais, se mobilizem politicamente contra a política
militar e os interesses econômicos dos Estados Unidos [6].

Por isso a estratégia contemplada pelo Plano Colômbia
não consiste tanto em ganhar a guerra interna mas espalhar-la
pelos países visinhos como forma de neutralizar sua crescente
autonomia em relação à Washington. Militarizar
as relações inter-estados sempre é um bom
negócio para quem apóia sua hegemonia na superioridade
militar. Nesse sentido, a existência das FARC é
funcional aos planos belicistas de Washington.

Rafael
Correa mencionou que o custo de controlar a fronteira com a Colômbia,
aonde tinha destacados 10.000 efetivos antes da incursão de 1º
de março, supera os cem milhões de dólares
anuais. A Colômbia não controla essa fronteira e empurra
a guerrilha até o solo equatoriano, como forma de produzir
desestabilização. Nos últimos anos, o Equador
desmantelou em torno de 40 acampamentos das FARC na sua fronteira e
apresentou dezenas de queixas pela fulmigação de
supostos cultivos de coca que terminam afetando a população
equatoriana fronteiriça. O Brasil decidiu impermeabilizar sua
fronteira já nos tempos de Fernando Henrique Cardozo. Em
resposta à intenção da administração
Clinton de implicar-lo nos objetivos do Plano Colômbia, já
em 2000 colocou em marcha o Plano Cobra (das iniciais de Colômbia
e Brasil) para evitar que a guerra nesse país se desdobrasse
sobre a Amazônia brasileira, e o Plano Calha Norte para evitar
que guerrilheiros e narcotraficantes cruzem a fronteira
[7].

O controle da região andina é considerada chave para a
hegemonia estadunidense no continente, tanto por razões
políticas como pela riqueza mineral que ela contém.
Permite que as multinacionais estadunidenses recuperem o terreno
perdido desde que na década de 90 foram parcialmente
substituídas pelas européias; asseguraria por outros
meios o que se pretendia através da ALCA (Área de Livre
Comércio das Américas) ; impede que outras potências
emergentes (Brasil, China e Índia) se posicionem na região.

Porém, existe também a vertente petróleo. Em
1973, os Estados Unidos importou 36% das suas necessidades
petroleiras. Hoje em dia os Estados Unidos importa 56% do petróleo
que consome. A Venezuela é o quarto provedor, que abastece 15%
das suas necessidades, e a Colômbia o quinto provedor [8].
Assegurar o fluxo do recurso energético requer um controle
territorial de enclave com presença militar sobre o terreno.

A desestabilização da Venezuela

Desde a derrota do governo Chávez no referendo para a reforma
da Constituição, o 4 de dezembro de 2007, a tensão
interna e regional deu vários passos adiante. Como
prognisticaram vários analistas , a crise econômica
parece fora de controle e está gerando problemas nas relações
entre o governo e a população [9]. Parece ser
uma boa ocasião para tentar a desestabilização.

Efetivamente tudo indica que Raul Reyes, a cara mais visível
das FARC por causa de seu caráter negociador, havia sido
localizado em ocasiões anteriores mas nunca se decidiu
atacá-lo. A decisão de desencadear uma ação
desse tipo, neste momento, teria várias leituras. Por um lado,
aproveitar a situação interna da Venezuela, mas também
abalar a governabilidade de Rafael Correa que está no começo
de um programa de transformações que têm no
controle estatal do petróleo um dos seus eixos principais, e
em uma sólida aliança com o Brasil um ponto de apoio
essencial.

Porém, uma desestabilização da região
também teria efeitos muito nocivos para o Brasil, a potencia
regional emergente que está saindo fortalecida da crise
econômica mundial em curso. Em 2007 o Brasil teve um aumento de
84% de investimentos estrangeiros diretos em relação a
2006 e em janeiro de 2008 o dobro que o mesmo mês do ano
anterior. Com razão, a revista Exame publica um informe que
assinala que o país vive o melhor momento econômico em
três décadas e que tem a oportunidade de entrar na elite
do capitalismo mundial [10].

Ocupar esse lugar pressupõe substituir outros. Ou seja, Brasil
está preenchendo o vazio que a crescente debilidade de
Washington está deixando. Por isso sua diplomacia joga pela
paz: para promover os negócios e para podar o militarismo que
sempre é o melhor negócio para uma superpotência
em decadência. Clovis Brigagao, diretor do Centro de Estudos
Americanos da Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro,
assinalou que o momento atual é uma oportunidade única
para estabelecer uma mediação coletiva similar ao Grupo
de Contadora que nos anos 80 promoveu a pacificação da
América Central [11].

Por último, a Venezuela está sofrendo um tipo de
desestabilização que pode ser um modelo para aplicar-se
em outros países. Júlio Garcia Jarpa, deputado do
estado de Táchira, fronteira com a Colômbia, observa a
extensão na Venezuela do fenômeno paramilitar. “Diante
do plano de desmobilização do paramilitarismo na
Colômbia, alguns grupos se concentraram na fronteira com os
estados venezuelanos Apure, Zulia, Mérida, Táchira e
Trujillo [12]. De lá contrabandeam gasolina,
monopolizan alimentos e contribuem para gerar insegurança,
corrompendo funcionários e gerando um clima de violência.

Esses estados conformam um terço do país e são
os que contam com os recursos de hidrocarbonetos mais importantes e
estão incluídos, segundo denuncia o deputado
venezuelano, em um plano de secessão como o que promovem os
departamentos de Santa Cruz e Tarija na Bolívia. Depois do
ocorrido no Kossovo, aonde a independência promovida pelo
ocidente parece ligada ao negócio petroleiro, a tese de que a
direita venezuelana, apoiada pelos interesses estadounidenses,
promovam a secessão da região ocidental não
parece um disparate.

Em paralelo, os dados que estão saindo à luz permitem
concluir que boa parte das denúncias de Chávez sobre
uma conspiração contra seu governo não são
fruto da sua imaginação. O assunto é como conter
as tendências à guerra e como cortar a polarização.
Nesse sentido, a diplomacia brasileira segue dando mostras de sentido
comum e de saber fazer. Não deixou de tomar partido pelo
agredido, mas colocou o norte em construir uma paz estável na
região, assentada na integração regional. Para
isso, a construção da Comunidade Sul-americana de
Nações é mais urgente do que nunca.

O negócio da guerra

A origem das FARC é diferente da de outros grupos
combatentes. Em 1948 foi assassinado o líder liberal Jorge
Eliécer Gaitán, caudilho popular detestado pela
intranssigente oligarquia colombiana. O magnicídio provocou
uma grande revolta popular, o Bogotazo, e um longo período de
guerras entre Liberais e Conservadores conhecido como La Violencia,
onde morreram umas 200.000 pessoas. Liberais e comunistas,
perseguidos ferozmente pelo Estado, se refugiaram em regiões
remotas e inacessíveis e resistiram durante mais de uma
década, até que boa parte deles se reagruparam no que
posteriormente seriam as FARC. Em 5 de maio de 1966 nascem as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) como braço
armado do Partido Comunista.

A origem Liberal de boa parte dos seus efetivos, entre eles Manuel
Marulanda Vélez, Tirofijo (Tirocerto), seu principal
dirigente, marcam diferenças com a maior parte das guerrilhas
do continente. Por volta dos anos 60, as guerrilhas liberais e
comunistas foram confluindo em “zonas liberadas” nas quais
fundaram “repúblicas independentes” como a de Marquetália.

A segunda vertente, mais importante ainda, defende a necessidade dos
camponeses se defenderem dos latifundiários, que
marginalizaram e expropriaram as maiorias camponesas as empurrando
até as margens da fronteira agrícola. A guerrilha
colombiana se conforma, na prática, como grupos de autodefesa
camponesa diante das violência extrema dos poderosos.

Até começos da década de 1980 as FARC contavam
com mil à três mil combatentes. Em maio de 1984
estabelecem um cessar-fogo como parte dos acordos de paz assinados
com o presidente Belisario Betancourt, e criam a Unidade Patriótica
(UP) para participar nas eleições e na vida política
legal. Porém, a UP foi aniquilada pela ação
conjunta dos narcotraficantes, os paramilitares e o Estado. Em poucos
anos foram assassinados entre dois e quatro mil simpatizantes e
dirigentes da UP.

A partir de 1986, sob o governo Virgilio Barco, começaram
processo de paz com o M-19, o EPL, o PRT e o Movimento Armado Quintín
Lame, que formavam junto com as FARC e o ELN a Coordenadora Símon
Bolívar. Como parte dos acordos de paz com esses grupos
figurava a convocatória de uma Assembléia Constituinte.
Em 9 de dezembro de 1990, no mesmo dia em qua se elegiam os
constituintes e enquanto ainda se negociava a paz com as FARC, o
exército sem aviso prévio lançou uma ofensiva
contra a mítica Casa Verde, sede do Secretariado do grupo
guerrilheiro.

Em 1998 se abre um novo processo de paz com o presidente Andrés
Pastrana e a criação de uma Zona de Distenção
Desmilitarizada de 40.000 kilômetros quadrados. Em 2002 se pôs
fim à experiência no meio das acusações de
que as FARC participam do negócio do narcotráfico e
praticam o recrutamento forçado de menores, enquanto o governo
de Pastrana negociava o Plano Colômbia para se fortalecer e
ganhar o conflito.

Com o governo Uribe, desde 2000, tudo foi piorando. As FARC tiveram
que se recolher e perderam numerosos efetivos e, sobretudo, a
iniciativa militar e política. Entretanto, a política
de Washington e de Uribe não são suficientes para
explicar o brutal isolamento das FARC, o que representa sua derrota
política e, provavelmente, sua futura desaparição
como grupo significativo.

A forma como se financiam é um dado relevante.
Aproximadamente 78% de sua renda, ou seja em torno de um bilhão
de dólares anuais, se obtém por sua participação
no narcotráfico, segundo o governo da Colômbia. Uma
parte substancial é o chamado ‘impuesto al gramaje’, pago por
cada grama produzida por camponeses e traficantes. Outros 600 milhões
de dólares se obtém, segundo as mesmas fontes, das
“vacunas” (vacinas) ou extorsões e sequestros. O resto da
sua renda provém do roubo de gado dos latifundiários.

Um segundo elemento que deslegitimou as FARC é que entre
20-30% de seus efetivos são menores, muitos deles recrutados
à força segundo denúncia da Humans Rights Watch.
Em terceiro lugar, estão seus métodos, com frequência
muito similares aos que empregam os paramilitares e as forças
armadas. As FARC têm cometido massacres contra camponeses e
grupos indígenas e a Anistia Internacional considera que eles
violam os Direitos Humanos. Por último, a divulgação
de imagens e testemunhos sobre os reféns e prisioneiros,
presos com correntes há cinco, seis ou mais anos, terminaram
de sepultar a sua credibilidade.

Pior
que ainda tem mais. As pessoas comuns percebem que a guerra a
prejudica e beneficia os poderosos.Dessa forma os paramilitares se posicionam como um projeto de refundação e de organização das novas formas de acumulação, onde a mineração ao céu aberto e os biocombustíveis se posicionam como os carro-chefes. 

 

*Raúl Zibechi é editor de Política Internacional
do “Semanário Brecha de Uruguay”; é autor de vários
livros como “La Mirada Horizontal”, “La Revuelta Juvenil De Los
90”, “Los Arroyos Cuando Bajan” e “Genealogia De La
Revuelta”; além de ser o ganhador do Prêmio
Latino-americano de Jornalismo José Marti 2003. Seus textos
podem ser encontrados em:

http://zibechi.sincensura.org.ar/

http://alainet.org/

notas:

1) Newsweek, 4 de agosto de 2004 en
www.newsweek.com/id/54793
2)
Ver www.militarypower.com.br/frame4-ranking.htm.
3) José
Fernando Isaza Delgado y Diógenes Campos Romero, ‘Algunas
consideraciones cuantitativas sobre la evolución del conflicto
en Colombia’, Bogotá, diciembre de 2007.
4) ‘Uribe listo
para ir a la guerra’, Página 12, 5 de marzo de 2008.
5)
Fabián Calle, ‘La crisis Venezuela-Colombia: las capacidades
militares que esconden las palabras’, 4 de marzo de 2008,
www.nuevamyoria.com.
6) James Petras, ‘La estrategia militar de
Estados Unidos en América Latina’, en América Libre,
No. 20, enero 2003.
7)
‘Os militares, o governo neoliberal e o pé americano na
Amazonia’, en revista Reportagem, www.oficinainforma.com.br.
8)
Raúl Zibechi, ‘El nuevo militarismo en América del
Sur’, Programa de las Américas, mayo de 2006.
9) Raúl
Zibechi, ‘Venezuela: Debates a raíz de la reforma de la
Constitución’, Programa de las Américas, diciembre de
2007.
10) ‘O Brasil que acelera’, Exame, 6 de marzo de 2008 en
http://portalexame.abril.com.br.
11) Mario Osava, ‘Brasil se
resiste a mediar en conflicto andino’, IPS, 4 de marzo de 2008.
12)
Miguel Lozano, ‘Paramilitarismo, punta de lanza del separatismo en
Venezuela’, Prensa Latina, 7 de marzo de 2008.

fonte: http://www.alainet.org/active/22794

tradução: André Takahashi em 23/03/2008 – Taka
@ riseup.net

revisão: Rafael Xavier em 25/03/2008

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