Na última aula de Wushu, durante uma conversa sobre a linha filosófica do Tao Te Ching, meu professor sugeriu que assistíssemos o filme O Pálido Ponto Azul, disponível no Youtube.
No final da conversa surgiram questionamentos sobre o princípio da não-ação (Wu Wei) que norteia o Tao Te Ching. Alguns se questionaram: um governo que se baseia no Tao Te Ching não faria nada para impedir o crime, a fome? Nosso professor disse que ouviu de outro professor que a não-ação pode ser entendida como ação mínima, que esse governo teria que fazer o estritamente necessário e nada mais.
Um aluno falou "mas olha o mundo que vivemos, só o mínimo não adianta" e a conversa foi parar nos pensamentos de Confúcio, que para muitos tem uma filosofia oposta ao Tao, mas se levarmos em consideração o ensinamento taoísta de que tudo tem dentro de si o germe de sua oposição Confúcio pode ser entendido como complementar ao Tao. Essa conversa me fez pensar em um ditado que diz: "O chinês é confuciano na sociedade, taoísta na individualidade e budista na hora de morrer"
Mas no final das contas, como disse o meu professor citando um provérbio do Tao Te Ching: "O Tao que pode ser dito não é o Tao Verdadeiro".
Aos que se interessam nessa reflexão recomendo que leiam o Tao Te Ching (disponível aqui) e vejam o filme.
Sinopse de O Pálido Ponto Azul:
primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar
fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma
compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico
do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6.4
bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto
azul" na granulada imagem.
Sagan disse que a famosa fotografia
tirada da missão Apollo 8, mostrando a Terra acima da Lua, forçou os
humanos a olharem a Terra como somente uma parte do universo. No
espírito desta realização, Sagan pediu para que a Voyager
tirasse uma fotografia da Terra do ponto favorável que se encontrava
nos confins do Sistema Solar.