Vale e BNDES criam empresa de pesquisa de energia

A Vale do Rio Doce foi leiloada em 1997, período em que governo do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSBD), encabeçou uma política que foi responsável pela privatização de aproximadamente 70% do patrimônio nacional. A Vale, avaliada em R$ 92 bilhões, foi vendida por pouco mais de três bilhões.  Atualmente, circulam na Justiça 107 ações que questionam a legalidade do leilão. O Tribunal Regional Federal de Brasília pretende apurar se houve vícios no edital de venda e se a empresa foi sub-avaliada no negócio.

A maior parte dos recursos para a compra da Vale foi fornecida pelo BNDES, que agora está em parceria com a nova Vale na empresa Vale Soluções em Energia S.A. – VSE, voltada para o desenvolvimento de ésquisas de energias limpas e renováveis. Durante o ano de 2007 diversas forças políticas de esquerda e movimentos sociais organizaram um plebiscito popular questionando a privatização da Vale. Porém, ao contrário do plebiscito sobre a ALCA o da reestatização da Vale não conseguiu ir além dos limites da esquerda militante.

Um documentário sobre o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce está disponível na internet. O filme pode ser assistido no site do Youtube (veja abaixo), em três partes. O material foi produzido por entidades, movimentos sociais e profissionais da área de áudio-visual de vários estados do país, com o objetivo de mobilizar a sociedade para o Plebiscito pela Anulação do Leilão da Vale que aconteceu em todo Brasil entre 1º e 7 de setembro de 2007. Outra função do documentário é informar, divulgar e formar interessados em participar da campanha "A Vale é nossa". Abaixo uma matéria da Agência EStado sobre a nova parceria da Vale privatizada com o BNDES.

 
fonte: Brasil de Fato 
 

 

Vale e BNDES criam empresa de pesquisa de energia

Adriana Chiarini – Agência Estado – 07/01/07

A Vale e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão abrindo a empresa Vale Soluções em Energia S.A. – VSE. A VSE vai trabalhar no desenvolvimento de processos de geração de energia que não agridam o meio ambiente, que sejam sustentáveis e também com fontes energéticas renováveis.

A Vale terá 51% do capital social, a empresa de participações do BNDES (BNDESPar) ficará com 44% e a empresa paulista Sygma Tecnologia, Engenharia, Indústria e Comércio LTDA. participa da sociedade, com 5%. A VSE será, na prática, o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Energia (CDTE), que tem investimento inicial previsto em R$ 220 milhões em um período de três anos.

O programa de investimentos do CDTE prevê desenvolvimentos tecnológicos e pesquisas nas áreas de gaseificação de carvão térmico e de biomassa e produção de turbinas a gás e motores pesados multicombustíveis. Também estão previstos acordos de cooperação e convênios com universidades e instituições de pesquisa com a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); além de contratação de uma equipe própria de cientistas e pesquisadores. Haverá também programas com apoio a pesquisas e concessão de bolsas de pós-graduação e cursos de especialização.

Rio e São José dos Campos

A empresa terá sede no Rio, mas fisicamente ficará instalada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, em São Paulo, conforme estatuto social divulgado na sexta-feira. A previsão da Vale é que a nova empresa comece a operar no primeiro semestre de 2008.

No final do ano passado, o presidente da mineradora, Roger Agnelli, justificou a criação da empresa pelo fato de ser uma grande consumidora de energia elétrica. A mineradora quer utilizar as novas tecnologias a serem desenvolvidas pelo Centro para garantir seu abastecimento. Da parte do BNDES, o interesse se deve ao fato de esse tipo de investimento atender a três prioridades do banco – inovação, energia e meio ambiente, segundo uma fonte da instituição.

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