Protógenes Queiróz, delegado da polícia federal que chefiou a Operação Satiagraha e expôs diversos nomes do governo e oposição, procura na internet formas de se comunicar diretamente com a sociedade.
No relatório do delegado Protógenes, que levou ao pedido de
prisão de Daniel Dantas, tem um capítulo inteiro sobre o papel da mídia
no processo investigatório. Dessa forma, extremamente crítico da imprensa e hostilizado pela mesma o delegado criou um blog no final de 2008, iniciando assim a construção de sua rede de mobilização via web.
Agora, o delegado Protógenes criou uma comunidade no NING com o endereço http://protogenescontraacorrupcao.ning.com/. A idéia do delegado é: "viabilizar um movimento mundial com o objetivo de identificar, expor, debater e combater a corrupção que hoje assola o Brasil e a grande maioria dos países no planeta."
Uma das propostas da rede é estimular a criação dos Grupos Locais de Combate à Corrupção (GLCC), que serão operados como grupos de base formados por cidadãos dispostos à combater a corrupção.
Porém, analisando o conteúdo da rede, percebe-se que não existem iniciativas mais consistentes por parte dos seus membros. Aparentemente a maioria dos que integram são simpatizantes do delegado, mas sem iniciativa militante, transformando a rede em mais um espaço de debate do que de ação. Talvez seja um vício brasileiro herdado da mediocridade virtual que é nossa mais famosa rede de relacionamento, o Orkut.
Além de suas iniciativas diretas percebe-se que Protógenes tem se aproximado de jornalistas dissidentes que já trabalharam para o PIG (Partido da Imprensa Golpista)e que hoje mantém uma atuação independente através de seus prórpios meios de internet.
O caso mais notório é o de Paulo Henrique Amorim e seu site Conversa Afiada, onde através de um post contendo uma conversa com o delegado sobre as recentes acusações da revista Veja PHA mostra ter contato próximo com o mesmo.
A estruturação dessa rede em torno dos resultados da Satiagraha é estratégica para desbaratar a quadrilha que o delegado mapeou em suas investigações. Ela também é essencial para proteger as lideranças dos ataques do PIG, como o próprio delegado e jornalistas aliados. Porém, até o momento, as iniciativas têm sido muito tímidas e restritas à internet. O movimento de rua é inexistente, e os grupos de base contra a corrupção demonstram que não sairão da web tão cedo. Aliás, vendo a rede NING percebe-se que nem na internet eles existem.
Além disso, os participantes da rede estão dando muita centralidade ao Protógenes e não à luta contra a corrupção, o que já é um péssimo começo. É evidente que esse movimento contra a corrupção só terá futuro com a participação de jovens ativistas com experiência e/ou disposição em mobilização de rua, campanhas, controle social do poder público, produção de mídia independente e, o mais importante, iniciativa de ação independente do ínclito delegado Protógenes.
O grande desafio da rede será estabelecer um diálogo com os setores militantes antes que o PIG atinja seu objetivo: desacreditar todos os envolvidos no combate à quadrilha suprapartidária que tomou o poder no país.
Segue abaixo o histórico de operações policiais do delegado Protógenes e um vídeo nos bastidores do histórico Roda Viva, onde foi sabatinado pelos membros do PIG:
Ano de 1999 – OPERAÇÃO SERINGUEIRA, prisão da organização criminosa comandada por HILDEBRANDO PASCOAL e outros, lavangem de dinheiro por narcotráfico e envolvimento com as FARCS;
Ano de 2000/2001 OPERAÇÃO MACUCO repressão a crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal, por meio de contas CC5, envolvendo BANESTADO e
outros na tríplice fronteira – Foz do Iguacu, Paraguai e Argentina,
recuperacão de 1,5 bilhao e meio de dólares aproximadamente inscrito
junto a Receita Federal e mais de 5 milhoes de reais apreendidos;
Ano de 2002 OPERAÇÃO PREDADOR , indiciamento da cúpula do BANCO BNP PARIBAS no Brasil, por
fraudes contra o Sistema Financeiro Nacional, ao utilizar Títulos da
Dívida Externa Brasileira em empréstimos ficticios a empresas ”
laranjas”, causando um prejuízo incaculável para as reservas cambias do
país, ou seja, um falso aumento da dívida externa brasileira.
Ano de 2003 OPERAÇÃO PANDORA prisão por corrupção e extorsão de ARMANDO MELÃO (ex-Presidente da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo na gestao CELSO PITTA) – tentou obstruir os trabalhos da CPI do BANESTADO DA CAMARA DOS DEPUTADOS;
Ano 2003 OPERAÇÃO CHARADA que desmantelou um grupo que mantinha Cds de gravacões clandestinas sendo vítima o SECRETARIO DA RECEITA FEDERAL Jorge Rachid;
Ano de 2001/2006 OPERAÇÕES SHOGUN, CAPELA, NETUNO e CREPUSCULO, prisão do maior contrabandista da America Latina – LAW KIN CHONG e
de sua organizacao criminosa, por corrupcão, crimes financeiros,
lavagem de dinheiro sonegacao fiscal – tentou obstruir os trabalhos da CPI DA PIRATARIA DA CAMARA DOS DEPUTADOS; OPERACAO ESPECTRO, prisão de um estelionatário ALEXANDRE MAGERO (vulgo Mutly), que tentou extorquir dinheiro do EMBAIXADOR AMERICANO NO BRASIL, PROCURADORIA DA REPUBLICA EM SAO PAULO (Dr. PEDRO BARBOSA) e outras autoridades;
Ano de 2002/2006 “OPERAÇÃO HERCULES 12″ (os doze trabalhos de Hercules) prisão do ex-Prefeito e ex-Governador da cidade de São Paulo PAULO MALUF, o filho FLAVIO MALUF, o doleiro VIVALDO ALVES e o indiciamento do ex-Prefeito CELSO PITTA por indicios de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas; OPERAÇÃO MÁFIA DO APITO, prisao por corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal dos arbitros (FIFA) de futebol EDILSON PEREIRA DE CARVALHO e PAULO DANELON;
Ano de 2006 OPERAÇÃO PERESTROIKA, prisão da organização criminosa comandada pelo máfioso Russo BORIS BEREZOVISKI ( Elian Platum), KIA JARABOKIAN, NOJAN BEDRUD e outros, por indícios de crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha em que envolveu a empresa MSI e o CLUBE CORINHTIANS, o Presidente ALBERTO DUALIBI e outros;
Ano de 2004/2008 OPERAÇÃO SATIAGRAHA, prisão de duas organições criminosas comandada por DANIEL DANTAS, NAJI NAHAS, e o ex-prefeito da cidade de Sao Paulo CELSO PITTA e outros, por indícios de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, financeiros, sonegação fiscal e formação de quadrilha.
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