Fábricas ocupadas, casas de plástico e revolução bolivariana

Qual a relação do novo programa habitacional da Venezuela com a repressão às fábricas ocupadas brasileiras CIPLA-Flaskô-Interfibra? Desde 2005, quando ocorreu em Caracas, Venezuela, o I Encontro de Latino-americano de empresas recuperadas,  as empresas brasileiras estabeleceram diversos acordos de cooperação e transferência tecnológica com o governo bolivariano da Venezuela.
 
Um dos resultados desses acordos foi a fundação da Petrocasa, empresa estatal "socialista" ligada a Pequiven, subsidiária da PDVSA (estatal petrolífera venezuelana) no ramo petroquímico. A Petrocasa é fundamental para a nova política habitacional do governo Chávez, pois através da tecnologia adquirida com as empresas ocupadas brasileiras, empresas alemãs e empresas austríacas, a Petrocasa constrói, desde sua inauguração, casas de PVC para as famílias de baixa renda da Venezuela.
 
As casas de PVC são fáceis de montar (em certa medida lembra o jogo Lego), custam menos da metade do preço de uma casa de alvenaria equivalente, mantém temperaturas estáveis tanto em dias frios quanto dias quentes, resistem a balas 9mm e o melhor de tudo: são anti-inflamáveis. As casas de PVC tem 70 metros quadrados, contam com 3 quartos, dois banheiros, uma sala de jantar, cozinha e área de serviço. O governo pretende construir a maioria das "petrocasas" em sistema de mutirão, coordenado pelos conselhos comunais, uma estratégia que pretende transformar a  solução do problema habitacional num dos pilares na construção do poder popular.
 

Uma informação que não encontrei foi o impacto
ambiental dessas casas de PVC. Fabricar tanto PCV não deve ser das
atividades mais limpas do planeta. É uma informação importante levando-se em conta que o governo venezuelano pretende construir mais duas fábricas da Petrocasa; e até 2010 espera produzir 60.000 casas por ano.  Além das casas estão nos planos da empresa "socialista" a construção de escolas, hospitais e até prédios de 5 andares, todos de PVC. 

Porém, como boa parte da assessoria técnica vinha das fábricas ocupadas brasileiras fica o questionamento de como a intervenção da justiça brasileira vai afetar o desenvolvimento desse programa habitacional. O silêncio do governo venezuelano sobre a intervenção judicial também é uma incógnita. Diversos movimentos sociais venezuelanos, incluindo fábricas ocupadas e meios alternativos daquele país, já se manifestaram contrários à internvenção.

Postei alguns vídeos venezuelanos sobre a Peterocasa. Na internet havia um muito engraçado aonde o Chávez falava dssas casas no seu programa televisivo "Alo Presidente", mas ao que parece não tem no Youtube. Porém, as mesmas cenas do teste do fogo e da bala 9mm aparecem no primeiro vídeo abaixo. Mesmo sem o Chávez aplaudindo as imagens são muito engraçadas, parecem aquelas propagandas de canal de compras falando de "facas Ginsu" ou "meias Vivarinas" hahaha. Essa revolução bolivariana ao mesmo tempo que me intriga me dá medo, muito medo.

http://www.youtube.com/watch?v=AH2gVbU23oM

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2 Responses to Fábricas ocupadas, casas de plástico e revolução bolivariana

  1. IBAP says:

    casa ambiental feita de plático reciclado
    veja no site http://www.ibap.ind.br

  2. Rafael says:

    Olá cara, tudo bom? Seu blog continua com ótimo conteúdo, parabéns 🙂

    No meu separei três textos a respeito do tema “Fé e Socialismo”, talvez lhe interesse.
    http://www.elclubsilencio.blogspot.com)

    Grande abraço

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