28/04/07
Hoje, às 2:20 da manhã, recebi a notícia do falecimento da minha avó, dona Fute Takahashi, mais conhecida por todos como "dona Taka". Dona Taka desencarnou após 93 anos de muita luta e alguns milagres. Ela e meu avô, Ineó Takahashi (1910 – 1967), fizeram parte dos imigrantes japoneses que, a partir de 1930, foram designados pra desbravar o interior do Amazonas. Eles chegaram de navio em 1935.
Os imigrantes japoneses do Amazonas ficaram conhecidos como Koutakusseis; japoneses que estudaram nas escolas de imigração Kokushikan Koutou Takushoku Gakko ou na Nippon Koutou Takushoku Gakko, e que participaram do Projeto da Exploração da Mata Amazônica, idealizado pelo deputado Tsukasa Uetsuka.
Abaixo, postei o histórico da saga dos Koutakusseis, elaborado pela associação Amazon Koutakukai, que luta para preservar a história das nossas famílias e promover o estreitamento de laços entre os pioneiros e entre os seus descendentes. Logo após o histórico da Amazon Koutakukai postei uma reportagem razoável de um jornal de Paritins. Agradeço, especialmente, ao sansei Victor Sato (filho do atual presidente da Amazon Koutakukai) pela sua rapidez em disponibilizar o histórico de nossas famílias.
André Takahashi – taka@riseup.net
História dos Koutakusseis
Desde de 1923 a imigração de japoneses para a região Amazônica já vinha sendo tratada entre o governador do Pará e o então embaixador do Japão, Hichita Tatsuke. Três anos mais tarde, chegava a delegação de pesquisa “Fukuhara”, que tinha como objetivo escolher os locais apropriados à introdução dos colonos japoneses naquele estado. O governo do Pará cedeu 1.030.000 hectares de terras devolutas para a Companhia Nipônica de Plantações do Brasil S.A. a serem divididas àqueles que desejassem dedicar-se ao cultivo do solo. Ao saber disso, o governador do Amazonas da época, Efigênio Salles, solicitou ao embaixador do Japão que os trabalhos da delegação se estendessem até o Amazonas, o que foi prontamente aceito. O grande interesse do governo do Amazonas em trazer imigrantes japoneses era o fato de que, com o fim do ciclo da borracha, eram necessárias novas técnicas de cultivo e a introdução de novos produtos agrícolas que fossem uma fonte para o desenvolvimento econômico do estado, como havia acontecido em São Paulo, e que viriam com os conhecimentos dos japoneses. Em fevereiro de 1927, assinou-se o contrato no qual era cedida aos japoneses uma área de um milhão de hectares.
No dia 02 de janeiro de 1930, chegou ao estado do Amazonas, a primeira leva de imigrantes japoneses. Esses imigrantes dirigiram-se para Maués, onde se dedicaram ao cultivo do guaraná. Entretanto, em 1941, uma epidemia de malária devastou muitas famílias, fazendo com que esses japoneses saíssem de Maués e se dirigissem para a colônia japonesa de Parintins.
Antes, porém, da chegada desses japoneses em Parintins, já haviam outros colonos: os koutakusseis. Koutakusseis eram jovens com idade entre 19 e 20 anos, estudantes de agronomia da escola Superior de Emigração do Japão, provenientes de famílias de classe média, que vinham para o Brasil no intuito de se fixarem para sempre na Amazônia. Para isso, chegavam a fazer no Japão um juramento de permanecerem no Brasil, mais precisamente, na Amazônia.
Em 1930, chegaram na Vila Batista, primeiro nome dado à Vila Amazônia, 20 técnicos que estavam encarregados de pesquisar a melhor forma de iniciar a colonização, que técnica agrícola se adaptaria melhor a região e qual a área de assentamento. Junto com o grupo, estava ainda Tsukasa Uetsuka, deputado federal em Tóquio, responsável pela implantação da colônia nipônica e fundador da Companhia Industrial Amazonense.
Foi escolhida a confluência do rio Amazonas com o Paraná do Ramos, tanto pelo ponto de vista de escoamento quanto pela presença de vastas áreas e terreno aluvionais propícios para a juticultura. Os koutakusseis dirigiram-se para Vila Amazônia, comunidade situada próxima a Parintins e lá enfrentaram a floresta, o clima, doenças como malária e febre amarela, e isolamento do mundo civilizado. A intenção, então, era trazer 10.000 famílias para o local.
A primeira turma de koutakusseis chegou na Vila Amazônia em 20 de junho de 1931 e contava com 35 koutakusseis e três formandos da Faculdade de Agronomia de Tóquio, comandados pelo professor Sakae Oti, da Escola Superior de Colonização de Kokushi-Kan (Nota: Ao retornar ao Japão, em 1930, Tsukasa Uetsuka, preocupado com a diferença cultural e, principalmente, de língua, que os japoneses enfrentariam na Amazônia, transformou a Escola Superior de Artes Marciais em Escola Superior de Emigração. Um lote de dois hectares de terras, denominado Noborito, e localizado em um local afastado de Tóquio, foi adquirido e ali funcionou a Escola, tendo como diretor Kotaro Tsuji.Os alunos eram selecionados através de testes com pré-requisitos do curso colegial, sendo que a maioria era de família de classes média e alta, sem experiência com o serviço agrícola. Na Escola Superior de Emigração, os alunos aprendiam Geografia da América Latina, Língua Portuguesa, Noções de agricultura, Construção Civil, Pesquisa de aproveitamento de produtos primários/veterinários e Educação Física), fundada por Tsukasa Uetsuka. Desse grupo, hoje, somente dois koutakusseis ainda estão vivos.
Nos anos que se seguiram, mais sete turmas de koutakusseis chegaram à Vila Amazônia. O quadro a seguir mostra o número de koutakusseis que vieram em cada turma:
Ano |
Koutakusseis |
|
|
1931 |
42 |
1932 |
59 |
1933 |
72 |
1934 |
45 |
1935 |
14 |
1936 |
12 |
1937 |
05 |
|
|
TOTAL |
249 |
Os primeiros koutakusseis trouxeram sementes de juta de São Paulo, onde outros imigrantes japoneses já haviam tentado seu plantio sem sucesso. Plantadas essas sementes, porém, diferente do que se haviam estudado, a juta não se desenvolveu dentro das características que haviam sido pesquisadas. Em 20 de outubro de 1933, Riota Oyama encontrou dois pés de juta em seu sítio, localizada na várzea, desenvolvidos conforme o que havia sido estudado. Como, no entanto, elas estavam em uma área onde o nível da água estava muito alto, Oyama precisou transplantá-las em outro local. Por causa disso, uma delas morreu. Da outra foram feitas sementeiras entre 1933~36. Em 1937 obteve-se as nove primeiras toneladas de juta. Tinha início a produção de uma das maiores economias do estado do Amazonas.
O quadro abaixo, baseado em informações de um dos koutakusseis, mostra como se deu a produção de juta na Vila Amazônia:
Ano de Produção |
Quantidade (tonelada) |
Número de famílias |
Área do roçado (ha) |
|
|
|
|
1938 |
60 |
28 |
50 |
1939 |
178 |
39 |
166 |
1940 |
350 |
50 |
335 |
1941 |
1300 |
74 |
940 |
1942 |
3685 |
74 |
1000 |
|
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TOTAL |
5573 |
265 |
2491 |
A Vila Amazônia entra, então, em fase de crescimento, graças às plantações de juta. Havia armazéns, escolas, o hospital (para onde se dirigiam pessoas de Belém e Parintins), o “hakko kaikan” (templo) e as casas. As condições de moradia na região, entretanto, eram precárias. Não havia rede hidráulica nem instalação elétrica e as casa eram simples, rústicas, feitas de pau roliço coberta com palha de palmeiras. A maioria dos casamentos era arranjado pelo sistema de “Shashin-Mai” (encontro através de fotografias para fazer noivados). Decidido quem seria a noiva, ela era registrada ainda no Japão, no Cartório Civil, como esposa, embora nem noivo nem noiva se conhecessem pessoalmente. Era, então, mandada do Japão para o Amazonas.
Com o início da Segunda Guerra (Nota: Ao entrar na Segunda Guerra Mundial, o Brasil cortou as relações diplomáticas com o Japão. O 27o Batalhão do Exército Brasileiro dirigiu-se para Vila Amazônia com o intuito de prender todos os japoneses que ali se encontravam, principalmente aqueles que possuíam algum tipo de cargo. Vários koutakusseis ainda conseguiram fugir para o meio da mata ou para áreas de várzea antes da chegada dos oficiais militares. Os que não conseguiram, foram capturados e encaminhados a Tomé-Açu, no Pará, local destinado aos prisioneiros de guerra.), porém, os imigrantes japoneses foram obrigados a sair da Vila Amazônia, entre outras razões, pela perseguição que começaram a sofrer. Muitos foram presos e a Vila Amazônia ficou como espólio de guerra, ou seja, pertencente ao governo. Em setembro de 1942, a Companhia Industrial Amazonense foi desapropriada pelo governo e, em abril de 1946, os patrimônios da CIA passaram a ser leiloados e adquiridos por uma empresa sediada em Manaus, a CIA J. G. Araújo S.A., de processamento de juta, beneficiamento de arroz, fabricação da farinha de mandioca, serraria, etc. A Vila Amazônia foi comprada por J. G. Araújo por 50 contos de réis. Hoje, a única coisa que restou da vila dos imigrantes japoneses é o cemitério, onde se encontram muitos koutakusseis enterrados.
Estima-se que hoje, dos cerca de 230 imigrantes que vieram para a Amazônia, existam, no mínimo, 5.000 descendentes. Em 1999, comemorou-se os 70 anos de imigração para o Amazonas, considerando-se sua entrada em Maués. Agora, os descendentes de koutakusseis, unidos pela AMAZON KOUTAKUKAI, preparam os festejos dos 70 anos da chegada da 1ª turma de koutakusseis na Vila Amazônia, ocorrido no dia 20 de junho deste ano.
– Notas –
Escola Superior de Colonização de Kokushi-Kan
Ao retornar ao Japão, em 1930, Tsukasa Uetsuka, preocupado com a diferença cultural e, principalmente, de língua, que os japoneses enfrentariam na Amazônia, transformou a Escola Superior de Artes Marciais em Escola Superior de Emigração.
Um lote de dois hectares de terras, denominado Noborito, e localizado em um local afastado de Tóquio, foi adquirido e ali funcionou a Escola, tendo como diretor Kotaro Tsuji.
Os alunos eram selecionados através de testes com pré-requisitos do curso colegial, sendo que a maioria era de família de classes média e alta, sem experiência com o serviço agrícola. Na Escola Superior de Emigração, os alunos aprendiam Geografia da América Latina, Língua Portuguesa, Noções de agricultura, Construção Civil, Pesquisa de aproveitamento de produtos primários/veterinários e Educação Física.
Segunda Guerra Mundial
Ao entrar na Segunda Guerra Mundial, o Brasil cortou as relações diplomáticas com o Japão.
O 27o Batalhão do Exército Brasileiro dirigiu-se para Vila Amazônia com o intuito de prender todos os japoneses que ali se encontravam, principalmente aqueles que possuíam algum tipo de cargo. Vários koutakusseis ainda conseguiram fugir para o meio da mata ou para áreas de várzea antes da chegada dos oficiais militares. Os que não conseguiram, foram capturados e encaminhados a Tomé-Açu, no Pará, local destinado aos prisioneiros de guerra.
Amazonas homenageia seus Koutakuseis
Os Koutakuseis estão completando 75 anos no Amazonas. A primeira turma chegou a Parintins – Vila Amazonas no dia 21 de junho de 1931, mas a comemoração será no dia 22 de outubro deste ano, uma vez que no dia 20 de outubro, comemora-se o lançamento da Pedra Fundamental da Vila Amazônia, antes conhecida pelo nome de Vila Batista. A iniciativa da comemoração é da Associação Koutaku do Amazonas – Amazon Koutakukai e da Associação Nipo Brasileira de Parintins,
O que são os koutakuseis?
São japoneses que na década de 30 e 40, foram preparados em Tókio e vieram para o Amazonas para participar de um projeto de emigração que visava desenvolver produtos agrícolas para disponibilizá-los ao mundo.
Para entender um pouco a história dos koutakuseis é preciso responder a quatro perguntas básicas: Por que o Japão se interessou em enviar emigrantes para o Amazonas? Por que o Amazonas desejava a vinda dos imigrantes japoneses? Como foi planejado e executado o projeto? Qual foi a importância desse projeto para o Amazonas?
O primeiro questionamento tem como resposta a situação do Japão. Devido a sua pequena área geográfica, sempre teve um grande problema demográfico e necessitava de projetos de emigração para sua população. Era comum nessa época, o governo japonês circular notícias de vida fácil em outros países. Os Estados Unidos, um dos principais países para onde os japoneses emigravam, fecharam suas portas na década de 20, em função das dificuldades financeiras que atravessavam e que culminou com a quebra da bolsa de Nova York em 1929. Outros países como o Peru, também proibiram a imigração. Era, portanto, importante para o Japão conseguir novos locais para que pudessem continuar seu plano de emigração.
Nesse ínterim, o Amazonas passava por grandes dificuldades em função da perda da hegemonia da borracha. Não produzia praticamente nada. Até a farinha, produto básico da alimentação da população vinha do Ceará, pois na época áurea da borracha, era mais lucrativo trabalhar nos seringais do que cultivar a terra. Dessa foram, o Amazonas não tinha nenhuma vocação para a lavoura, nenhuma tecnologia agrícola, apesar de possuir, ao contrário do Japão, um imenso território que precisava ser ocupado.
O então governador do Amazonas, Efigênio Sales, quando soube que o Estado do Pará iria doar um milhão e trinta mil hectares para os japoneses realizarem um projeto de emigração, também fez a mesma oferta, em terras que seriam escolhidas pelos donos da concessão, com a expectativa de que os japoneses com seus conhecimentos e tecnologias, que já começava a dar resultados no sul, desenvolvessem produtos que viessem a dar uma sustentação econômica para o Estado.
A concessão foi feita a dois empresários japoneses que, após analisarem e vislumbrarem as dificuldades inerentes de um projeto dessa magnitude, desistiram do projeto.
Um visionário, Dr. Tsukasa Uetsuka, que era o equivalente no Brasil, a um deputado federal em Tóquio, preocupado com o problema da emigração japonesa, resolveu encarar o desafio.
Conseguiu o repasse da concessão e idealizou um projeto de emigração. Juntamente com 20 técnicos veio estudar a região e escolheu as terras de várzea próximo a Parintins, abrangendo parte do Paraná do Ramos, rio Uaicurapá e Rio Andirá, definindo a sede do projeto na saída do Paraná do Ramos com o Amazonas, onde estava situada a Vila Batista depois denominada de Vila Amazônia.
O local era estratégico, pois poderiam escoar os produtos tanto para Manaus como para Belém. Poderiam ter dois portos, um pelo rio Amazonas e outro pelo Paraná do Ramos. A terra da várzea era mais propícia para as culturas rápidas. Para garantir os recursos financeiros necessários ao projeto, o idealizador conseguiu o apoio de duas grandes companhias japonesas a Mitsui e a Mitsubishi, que iriam financiar o projeto com o direito de comercializar, para o mundo, os produtos gerados pelo projeto.
Ciente das dificuldades que seriam encontradas pelos emigrantes decidiu que seriam jovens de 19 e 20 anos de idade e que precisariam ser treinados para enfrentar um projeto de tão grande envergadura, em uma terra distante e totalmente diferente da sua terra natal. Para isso comprou e transformou uma academia de artes marciais em Tókio, numa Escola Superior de Emigração que recebeu o nome de Kokushikan Koutou Takushoko Gakko de onde derivou o nome Koutakusei.
Nessa escola os futuros emigrantes recebiam informações sobre a terra, as culturas agrícolas de maior chance de sucesso, clima, noções da língua portuguesa, agricultura, construção civil, etc. Após um ano de preparação, esses jovens chegaram ao Amazonas. A idéia inicial era trazer 10 mil jovens que constituíram depois 10 mil famílias.
O projeto foi implantado como planejado. Em 20 de outubro de 1930, foi realizada a cerimônia do lançamento da Pedra Fundamental da Vila Amazônia e em 21 de junho do ano seguinte, 1931, chegava a primeira turma constituída de 35 koutakuseis e três formandos da Faculdade de Agronomia de Tókio, comandados pelo professor Sakae Oti.
Tsukasa Uetsuka fundou, também, a Companhia Industrial Amazonense para gerenciar e comercializar os produtos do projeto. A cada ano uma nova turma chegava e se agregava ao projeto. Vieram sete turmas totalizando 249 koutakuseis.
Como era de se esperar o projeto enfrentou muitas dificuldades. Muitos morreram vítima de malária e febre amarela. Outros desistiram e foram para o sul.
Com a segunda guerra mundial o projeto foi desativado. Em setembro de 1942 a Companhia Industrial Amazonense (CIA) foi desapropriada pelo governo. Os koutakuseis que ficaram na Vila Amazônia foram presos e levados para Tomé Açu no Pará, onde viveram num campo de concentração até o final da guerra. A Vila Amazônia foi tomada como espólio de guerra e em abril de 1946, os patrimônios da CIA foram leiloados sendo adquiridos pela empresa J G Araújo.
Importância dos Koutakuseis no Amazonas
A produção de maior destaque dos koutakuseis, sem dúvida, foi a juta. Os primeiros koutakuseis trouxeram sementes de São Paulo, onde outros imigrantes japoneses já haviam tentado seu plantio sem sucesso. Plantadas essas sementes, diferente do que haviam pesquisados no Japão, elas não se desenvolviam dentro das características estudadas, principalmente no tamanho. Mesmo assim muitos japoneses plantavam a juta, apesar dela não ser economicamente viável para grande escala.
Juta uma herança dos koutakuseis
Em1933, Ryota Oyama, viu que dois pés de juta da sua plantação continuaram a crescer e não estavam em ponto de corte. Como a plantação era feita na várzea e o rio estava subindo, ele teve de transplantá-las para um local mais alto. Nessa operação apenas uma sobreviveu. Dessa, ele retirou as sementes que deu origem ao plantio da juta na região tendo se tornado o esteio da economia do Estado do Amazonas.
De maneira geral, as sementes de juta compradas de um país fornecedor eram de péssima qualidade. Mas por um descuido, as sementes boas vieram parar no Amazonas. O plantio da juta foi disseminado em quase todo o Estado principalmente no Baixo Amazonas e no Rio Madeira. Algumas prensas foram montadas em Parintins e em Manaus.
Na capital amazonense foram instaladas duas grandes tecelagens: a Brasiljuta e Fitejuta que empregavam um grande número de pessoas. De 1933 a 1936 foram produzidas as sementes. Em 1937 obteve-se a primeira tonelada de juta. De 1938 a 1942 produziu-se 5.573 toneladas. Dessa forma a juta foi considerada o segundo ciclo na economia do Estado do Amazonas, pois segurou sua economia entre o ciclo da borracha e a Zona Franca de Manaus.
Durante a existência do projeto, a estrutura montada na Vila Amazônia, beneficiou também a população da região. Médicos e enfermeiras vindos do Japão atendiam também a população. Eram profissionais raros nas capitais e inexistentes no interior. Muitos pacientes vinham de Belém para serem consultadas pelo médico do projeto, Dr. Toda, que se tornou figura lendária na região.
Além da juta, várias técnicas no cultivo de hortifruti melhoraram e aumentaram a qualidade desses produtos, como o tomate, pimentão, laranja, melancia e outros. A contribuição cultural também foi grande.
Na Vila Amazônia foi construído um pagode em madeira, toda encaixada sem uso de prego. Chamado de Hakko Kaikan servia como templo e para atividades culturais onde predominava o teatro e o canto. A educação, priorizada sempre pelos Koutakuseis para seus descendentes, deixou como herança, muitos profissionais nas diversas áreas do conhecimento. No Pará, o produto de maior realce foi a pimenta – do – reino, plantada em larga escala em Tomé Açu.
Comemoração
Em 1981, na festa dos 50 anos da chegada da primeira turma dos Koutakuseis, esteve presente o Dr. Akira Uestsuka, filho do idealizador do projeto, Dr. Tsukasa Uetsuka.
Em 2001 na festa dos 70 anos e agora para os festejos dos 75 anos, estará presente o Yoshio Uetsuka, filho do Dr. Akira, neto do idealizador do projeto.
Yoshio Uetsuka chegará a Manaus no dia 21 de outubro e na manhã do dia 22 irá a Parintins participar dos festejos, que constará de uma visita ao cemitério para homenagear os Koutakuseis falecidos. Depois irá a Vila Amazônia onde será celebrada uma missa. Visitará a Escola Agrícola que recebeu o nome de seu avô Tsukasa Uetsuka, e os rios Uaicurapá e Andirá onde existiu a colônia Modelo do Andirá. À noite, em Parintins, participará de um jantar de confraternização encerrando os festejos.
( fonte: http://parintinsnet.com/ojornaldailha/?inc=bWF0ZXJpYQ==&id=OTA1 )
Meus sentimentos. Meu marido, e meus filhos somos do Pará e acabamos de chegar da Vila Amazônia. Ficamos curiosos ao sabermos da presença dos Japoneses por lá. Resolvemos pesquisar na net mais detalhes e estamos felizes por encontrar o que queríamos por meio de uma voz tão confiável: a sua.Aceite nossos sentimentos e parabéns pela bela história…
Grande André !!
A perda de um ente querido é extremamente difícil, acredito que sua avó encontra-se num plano superior observando a todos nós aqui na Terra. A sua avó fez história ao desbravar a Amazônia, esta terra tão esquecida pelos nosso Estado, com políticas irrisórias de distribuição de terra e outros problemas. Seus avós fizeram história e grafaram os nomes no seleto grupo de verdadeiros desbravadores do Brasil. Agora já sei quem você puxou. Parabéns por revelar a história magnifica de seus avós.
Fernando Bruno – seu amigo de Roraima
André…
Que maneira linda de demonstrar todo o amor e o carinho q vc sente pela sua avó, num dos momentos mais difíceis na cultura ocidental!
Q o aprendizado, o amor e as boas lembranças sejam sempre maiores q a dor da perda…
Abraços!
Vim aqui deixar meus sentimentos pelo falecimento da batiã de vcs.
Achei muito jóia essa homenagem André!Assim fiquei sabendo um pouco mais da história de sua família!
Abraços a todos
Dé,
sinto muito pela Vovó (já assumindo ser da família). Sabemos que pra ela foi melhor assim, mas a perda é muito significativa. Fiquei muito contente de ver esta merecida homenagem a ela e a todos os imigrantes que lutaram muito para superar todos os desafios impostos pela mudança drástica que eles sofreram. Parabéns pelo espaço criado e pelas inteligentes e sérias publicações. Conte sempre comigo, irmão.
Maninho, adorei sua homenagem a vovó! Sentiremos muita falta dela, mas as lembranças que teremos dela serão eternas!!!
Um grande beijo
Dri
sinto muito pela sua perda camarada. achei uma ótima homenagem vc postar a história dos Koutakusseis. serve também para esclarecer um pouco as histórias sobre a sua família que vc conta pros camaradas 🙂
abraços!
sinto muito