O Retorno do Rage Against the Machine e o Axis of Justice

Fim da Banda

Em 18 de Outubro de 2000, o vocalista Zack de la Rocha declarou oficialmente que iria deixar a banda. "Sinto que é necessário abandonar os Rage pois não estamos conseguindo tomar decisões em conjunto", disse à Imprensa. "Já não funcionamos como um grupo e eu acredito que esta situação está destruindo os nossos ideais políticos e artísticos. Estou muito orgulhoso do nosso trabalho, quer como ativistas quer como músicos, e também grato a cada pessoa que expressou solidariedade e partilhou esta incrível experiência conosco".

Respondendo à declaração de Zack, Tom Morello disse: "Eu não tenho maus sentimentos, e desejo que Zack se dê bem com seu projeto solo. Mas todos estão excitados com as 29 músicas que nós temos gravadas, e algumas delas vão ser lançadas logo." Essa citação se refere ao álbum com material cover, lançado meses mais tarde. A Epic Records disse que estava muito triste com a notícias. Por algum tempo, Zack esteve trabalhando em seu projeto solo com outros artistas hip-hop, como DJ Shadow, Company Flow e Amir do The Roots.

Há quem diga que uma das razões da saída de Zack foi o fato ocorrido no mês anterior durante a apresentação VMA, no qual Tim Commerford escalou uma estrutura do palco e teve que ser retirado do Radio City Music Hall pela segurança. Ele fez isso em protesto ao fato da banda Limp Bizkit ter ganhado o prêmio de banda de rock de ano.

O prometido álbum de covers, chamado Renegades, foi lançado em 5 de dezembro de 2000, e contava com "How I Could Just Kill a Man" (Cypress Hill), "Maggie’s Farm" (Bob Dylan) e ‘Renegades of Funk" (Afrika Bambaataa).

Zack passou a se dedicar à carreira solo, enquanto os demais integrantes se juntaram a Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden, formando o Audioslave, que lançou o primeiro CD em novembro de 2002. No ano seguinte, saiu o disco Live at the Grand Olympic Auditorium, que contém uma apresentação ao vivo do Rage Against the Machine.

 
Os Rage Against the Machine foram uma das bandas mais influentes e polêmicas dos anos 90.
Demonstravam, através de letras e atitudes, a sua revolta e luta por
ideais políticos. Lutaram contra a censura, a favor da liberdade e em
prol dos menos favorecidos.

O Regresso

Em 2007, os esperançosos fãs da banda receberam uma série de notícias que os fizeram acreditar novamente na reativação das atividades do Rage.


Primeiro, aconteceu o que tanto desejavam: o Rage Against The Machine se reuniu mais uma vez, como atração principal na edição 2007 do festival Coachella, em abril, na Califórnia. O festival também contou com Red Hot Chilli Peppers e Björk, entre outros.

Após, Chris Cornell, vocalista do Audioslave, anunciou sua saída da banda por "conflitos pessoais e diferenças musicais".

E por fim, em 25 de Fevereiro de 2007, foi anunciado que o RATM marcou mais três datas, como parte do festival de hip hop Rock The Bells, tocando ao lado do Wu-Tang Clan. Após a apresentação no Coachella, Tom Morello disse que não há planos para novo material do RATM.

Depois de se confirmar uma turnê pela Austrália na edição de 2008 do Big Day Out, os RATM anunciaram o regresso à Europa, para o Rock Am Ring e Rock Im Park na Alemanha e o Pinkpop Festival nos Países Baixos. A 13 de Dezembro de 2007, foi confirmado o regresso dos RATM a Portugal para um concerto no festival Optimus Alive!, em Algés, a 10 de Julho de 2008.

Porém, entrando no site da Banda (que está totalmente reformalado após anos sem novidades) é possível encontrar uma lista de shows sempre em atualização:

    * 18 January – Auckland, NZ – MT Smart Stadium
    * 20 January – Gold Coast, AUS – Parklands
    * 22 January – Syndey, AUS – Sydney Entertainment Centre
    * 25 January – Sydney, AUS – Sydney Showgrounds
    * 28 January – Melbourne, AUS – Flemington Racecourse
    * 30 January – Melbourne, AUS – Festival Hall
    * 1 February – Adelaide, AUS – Adelaide Showground
    * 3 February – Perth, AUS – Claremont Showground
    * 7 February – Osaka, JPN – Osaka Castle Hall
    * 9 February – Tokyo, JPN – Tokyo Makuhari Messe
    * 10 February – Tokyo, JPN – Tokyo Makuhari Messe
    * 1 June – PINKPOP 2008
    * 6 June – Rock Am Ring Festival
    * 7 June – Rock Im Park Festival
    * 10 July – Optimus Alive!08 – Oeiras – Lisbon

Com tanta atividade é possível que os Rage se animem e retomem a banda plenamente. A mera possibilidade do retorno pleno me deixa estasiado, pois o Rage teve um importante papel juntando rock com política radical. Muitos ativistas, entre vinte e trinta anos, tiveram forte influencia musical e ideológica do RAGE.

 
Um retorno dessa banda, com a gravação de novos álbuns, seria uma injeção de ânimo poderosíssima para reanimar a nova esquerda num momento de perda de norte político e afastamento de ativistas. Uma nova geração de ativistas seria prospectada entre a juventude devido à reativação da banda e a retomada da sua eficaz propaganda ideológica. 

O Axis of Justice (Eixo da Justiça)

No novo site do Rage encontram-se vários links para uma organização chamada Axis of Justice. O Axis of Justice é uma organização não-lucrativa formada após o fim do RATM. Foi idealizada  pelos músicos Tom Morello do Audioslave e Serj Tankian do System of a Down.

 
O propósito dela é fazer uma ponte entre músicos e fãs com organizações ativistas que lutam pela justiça social. Há sempre uma banca da Axis of Justice nos shows das bandas que apoiam o projeto; além disso, militantes das organizações  locais, aonde os shows são realizados, sobem ao palco pra falar de suas lutas e como os fãs podem integrá-las.

Apesar de no projeto o Axis of Justice atuar no mundo inteiro seu raio de influencia ainda é muito centrado nos EUA e nos problemas norte-americanos. Um retorno definitivo do Rage, com uma turnê mundial, pode mudar essa situação. Mas pra idéia se tornar uma prática global é necessária a adesão de músicos engajados de outros países. Por exemplo: Manu Chao, Assalti Frontali (Itália), El otro Yo (Argentina), La Plataforma (Argentina), B-Negão (Brasil), Mundo Livre S/A (Brasil), Keny Arcana (França) e outros.

 
Na minha opinião, uma turnê global do Rage só deveria acontecer após uma renovação do Axis of Justice com a adesão de mais bandas e um planejamento político dessa turnê, junto com movimentos sociais globais como a Via Campesina e o que sobrou da Ação GLobal dos Povos (AGP). Algo nos moldes dos Festivais de Música e Resistência da Juventude em Resistência Alternativa (JRA), do México, guardadas as devidas proporções.
 
*artigo adaptado da Wikipedia com informações do Axis of Justice. 
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One Response to O Retorno do Rage Against the Machine e o Axis of Justice

  1. Flecha says:

    Há boatos (por parte da Folha) que o RATM irá fazer show no Brasil, porém, com data não marcada.

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